Há alguns anos, o prefeito de Londres, Boris Johnson, definiu a cidade como "um centro de revolução do ciclismo", pois entre 2000 e 2011 o número de ciclistas na capital inglesa duplicou. Isso, longe de ser tratado como um problema, foi visto como uma oportunidade que levou à criação de um ambicioso Plano Diretor de Ciclovias.
Embora o Plano de Londres seja recente, outras cidades também tiveram a oportunidade de colocar em prática seus projetos, que não apenas incentivaram o uso da bicicleta, mas transformaram-na no principal meio de transporte urbano.
Veja os projetos abaixo:
Plano Diretor de Ciclovias / Londres, Reino Unido
O Plano Diretor de Ciclovias proposto pela capital britânica é realmente admirável. Através de 12 ciclovias, das quais duas já foram construídas, as pessoas podem partir de diferentes pontos para chegar ao centro da cidade e deslocar-se pela da rede.
A base deste plano, segundo Boris Johnson, é que os motoristas devem estar cientes de que eles vão encontrar ciclistas usando as ciclovias e que eles simplesmente não podem tirá-los do caminho.
Além disso, a decisão de implantar uma ciclovia no viaduto Westway é, segundo Johnson, “o símbolo da reivindicação máxima do centro de Londres para as bicicletas”, já que este viaduto é representativo do modo com as rodovias alteraram as cidades.
Túnel para ciclistas / San Sebastián, Espanha
O uso do automóvel está tão enraizado nos espanhóis que, de acordo com dados da Copenhagenize, em um ano, os espanhóis percorrem apenas 27 quilômetros de bicicleta. No entanto, a fim de alcançar níveis como os da Dinamarca e Holanda - onde os habitantes percorrem mais de 1000 quilômetros de bicicleta por ano - em 2005 foi criado um projeto para transformar um antigo túnel ferroviário de San Sebastian no maior túnel para ciclistas do mundo.
O túnel, que foi inaugurado em 2009, faz parte da linha ferroviária de Bilbao-San Sebastian, possui dois quilômetros de comprimento e permitiu conectar Amara e Ibaeta, dois bairros que antes não podiam ser acessados de bicicleta. O então prefeito Odon Elorza descreveu o túnel como um "símbolo de progresso e sustentabilidade”.
Baana / Helsinki, Finlândia
A estrada de ferro que ligava desde 1894 o Porto Oeste com o centro de Helsinki se tornou desnecessária quando o porto foi transferido, em 2008, para o distrito de Vuosaari, na zona leste da cidade. No entanto, essa mudança se tornou uma grande oportunidade para que as autoridades buscassem um novo uso para a linha férrea.
Foi assim que as vias subterrâneas de trem se transformaram e, em 2012, foi inaugurado o Baana, um grande parque que conta com uma ciclovia de 1,3 quilômetros de extensão, passeios de pedestres, quadras de esportes e escadas adaptadas para ciclistas.
Por ser um parque que está abaixo da cota das ruas, porém descoberto, ficou conhecido como Low Line, um jogo de palavras com o High Line, em Nova Iorque, que, como o próprio nome indica, atravessa parte da cidade acima do nível das ruas.
Este ano o projeto foi reconhecido com uma menção especial pelo Prêmio Europeu do Espaço Público Urbano.
Escadas para bicicletas no Japão
Os estacionamentos para automóveis e estações de metrô em Tóquio, Osaka e Kyoto, entre outras cidades, além de contarem com bicicletários, oferecem aos seus cidadãos uma solução muito simples, mas muito eficiente, que lhes permite combinar diferentes meios de transporte em seus deslocamentos.
Trata-se de uma faixa ao lado das escadas onde se coloca a bicicleta para que ela suba automaticamente, de modo que o ciclista não precise carregá-la. Simples e eficaz.
Via Plataforma Urbana. Tradução Maria Júlia Martins, ArchDaily Brasil.